domingo, 15 de março de 2020

Remembering sunday

um domingo exaustivo onde havia vontade de ficar em casa, e um convite irrecusável: cerveja, vinho, jantar, beijos e sexo. uma sequência de beijos longos que parecia até uma despedida. e foi. essa insegurança constante é algo indescritível e ninguém entenderia. num dia, conversas empolgadas, no outro, monossilábicas. por ser algo tão monótono, por que ainda fere? do mel ao fel, do céu ao inferno. coração segue firme. feridas expostas serão cicatrizadas
mais uma vez.
apenas mais um domingo exaustivo.

                                          #Diel
                                                                    AJR

domingo, 15 de dezembro de 2019

2k19

mais um dezembro, e o desespero de fim de ano. um domingo caótico no qual parece que tudo vem a tona e se transforma em lágrimas. onde ensina que pessoas são pessoas, colegas são colegas, e amigos são poucos, ou quem sabe apenas um?!
mais um dezembro que remete as férias, e traz você de volta. seremos um do outro novamente ou apenas uma lembrança? o coração calejado ainda aperta ao lembrar de nós, e não há nada que possa ser feito. não há nada que possa apagar a reminiscência daquele 2017.



                                                     AJR

domingo, 9 de abril de 2017

CASTANHO CLARO

um olhar castanho claro

esse estúpido, vazio e maravilhoso
olhar castanho-claro.

darei um jeito
nele.

você não precisa mais
me enganar
com seus truques
de Cleópatra
de cinema

já se deu conta
de que se eu fosse uma calculadora
eu poderia entrar em pane
registrando
as infinitas vezes que você usou
esse olhar castanho-claro?

não que não seja o que há de melhor
esse seu olhar castanho-claro.

algum dia um filho-da-puta louco
irá matá-la

e então você gritará meu nome
e finalmente entenderá
o que já devia ter entendido

há muito
tempo.
      
                                        BUKOWSKI

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

SEXTA-FEIRA FRIA

Nada se compara ao primeiro olhar, primeiro toque, primeiro flerte. A semana começa com o clima quente. Convite meio que da boca para fora. Quando? Começo do fim de semana. Bora! Nada de conversa a semana inteira. Olhares frio, enciumado, desconfiado, vazio. Ambos indiferentes. Chegado o dia esperado; saindo do trabalho, direto para o banheiro, retoque do batom escuro, perfume, cabelo. Ao reencontro; sentimentos múltiplos, olhares com desejo, porém, sexta-feira fria, amor frio, mas nada tão quente quanto o amor que a gente fez. 

#AGR
                                  AJR 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

COLD CASE LOVE

Eram três da manhã de uma terça-feira. Vinte e cinco graus. Sem sono devido ao calor? Talvez. A dor de cabeça reina desde a semana anterior. Cinco da manhã no banho e o olho quase não abre. Busão lotado. Dormir em pé é a única opção. Pensamentos nostálgicos me  lembram o quão medíocre é buscar a felicidade em alguém quando na verdade a felicidade encontra-se exatamente onde deveria: dentro de si. A vida é uma dádiva tão bonita que chega a ser doloroso passar uma parte dela sendo submisso à alguém. Pensamentos obscuros me lembram do quão insana fui há alguns meses por pensar que ao amar, seria amada na mesma intensidade. 

"Amar é um ato de coragem, já desamar requer humildade."

                                                         AJR

terça-feira, 11 de outubro de 2016

OS BRUTOS TAMBÉM AMAM

.Era um domingo de inverno, há quase trinta anos, quando eu conheci o amor pela primeira vez. Chegou em mim discretamente como se não quisesse fazer barulho para não mes espantar nem causar estranhamento.
Enquanto dançava com os olhos fechados e o peito aberto desfilava pelo baile, sem sair do lugar, carregando nos braços aquela que seria a lembrança mais feliz da minha vida: o primeiro amor.
Não recordo bem se era Marvin Gaye (let’s get it on) ou Bee Gees (Reaching out) que rolava nas pick ups, só consigo lembrar de estar ali, com os lábios ansiosos pelo fogo desconhecido, implorando aos céus que aquele momento, que ainda nem havia acontecido, nunca acabasse.
Sem o menor traquejo com a poesia, e devoto da Santa adolescêscia das bocas desamparadas, recitava em meus pensamentos coisas do tipo: “Deus por favor faça minhas pernas pararem de tremer”. Se alguém um dia se encontrar com deus, e se realmente ele existir, pergunte , ele vai confirmar.
Eu ainda não a tinha beijado. Pelo menos não pessoalmente, mas em sonho... com os olhos...
Enquanto a música brincava de ser feliz às minhas custas, colado aquele anjo, fui me deixando levar cantando baixinho o refrão ao seu ouvido: “letis guere riron...”. Letis guere riron?????!
caramba, se não sei inglês hoje, imagine com quinze anos, coitada.
A Adolescência tem cheiro de almíscar, sei disso porque esse era o perfume que ela usava nesse dia, e durante muito tempo esse aroma permaneceu impregnadao na minha memória.
Tirando o cheiro de terra depois da chuva, almíscar tem cheiro de anos incríveis.
Sentindo o aroma da vida fui lentamente virando meu rosto para o encontro daquela boca linda, sorrateiramente, como um colibri que rouba saliva da flor.
Havia pensado neste momento há semanas, mais precisamente, quinze anos.
Nunca vou esquecer quele beijo. Até porque foi o meu primeiro pra valer, no rosto não conta, sem amor então... E segundo, porque quase quebrei o sorriso dela.
Beijei-a por uma tarde inteira com todas as bocas que tinha o meu pequeno coraçãozinho de menino apaixonado. Que tarde. E que boca.
Beijei-a com todos os meus cincos sentidos, e quase fiquei sem os sentidos por conta disso. Quase que morro no meu primeiro dia de vida. 
Com os olhos fechados, beijei-a como quem agradece por estar vivo.
Por conta desta troca divina de saliva, e na dúvida, nunca mais cuspi no chão.
Nos anos setenta, época mais brava da ditadura no Brasil, eu estava ali, com a cara cheia de espinhas exercitando a minha revolução: o primeiro amor.
Resolvi escrever sobre isso porque acabo de receber o convite de casamento de dois grandes amigos. E como sou testemunha desse amor quero lembrá-los que por mais belo que seja a lembrança do primeiro beijo ou do primeiro amor, nada, absolutamente nada, é mais importante que o último.

Ah, também lembrei de uma outra coisa, os dias não envelhecem. E todo dia é pra sempre.

                                                                                                                                     Sérgio Vaz

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

I KNOW THESE SCARS WILL BLEED

Mais uma vez sua volta foi permitida, nada mudou e, meu coração que não havia regenerado, quebrou-se nos pequenos pedaços que ali restavam. Eu só queria entender o por quê. Por que esconde o que sente? Ou por que volta se não sente? Do teu lado pode não haver um coração, mas deste lado há um, e você sabe disso como ninguém. Há algo que o impede de ser quem realmente é? Ou foder meu psicológico é mais gostoso? Espero que a vida lhe traga algo que você realmente necessite, um amor que aguente tanta loucura que habita em ti. As borboletas que haviam dentro de mim, se foram junto com os olhos que brilhavam ao lembrar de você, pois nem eles aguentaram o seu desprezo à mim pela milionésima vez. Sua loucura acompanhada de desejo não é mais bem-vinda à este coração estagnado. Sua felicidade é algo que eu ainda desejo apesar de tudo, desde que essa felicidade transborde bem longe de mim. Adeus. 

                    #RASF 
                                                AJR